Chegou ao fim a segunda aventura de André Villas-Boas na Premier League. O anúncio da rescisão contratual, de comum acordo, foi feito nesta segunda-feira pela direção do Tottenham, um dia depois de o clube ter sofrido a pior derrota em White Hart Lane nos últimos 16 anos.
“O clube pode anunciar que chegou a acordo com André Villas-Boas, a cerca de sua rescisão contratual. A decisão foi tomada em acordo e de interesse de ambas as partes”, site oficial dos Spurs.
Aos 36 anos, depois de ter sido um dos auxiliares de José Mourinho no Porto e na Inter, passando ainda pelo Chelsea, André Villas-Boas treinou o Acadêmica, Porto e Chelsea antes de sua chegada no Tottenham. Em Junho de 2011 tornou-se o treinador mais caro da história com a transferência do Porto para o Chelsea, nos incríveis 15 milhões de euros.
O estopim dessa saída foi a vexatória derrota sofrida no domingo, em casa, frente ao Liverpool, um sonoro 5 x 0. Um resultado que derrubou o clube para o sétimo lugar na tabela e que ganhou ainda mais peso se colocarmos na conta que é a segunda goleada nas últimas semanas, depois do 6 x 0 frente ao Manchester City.
A saída teria sido uma decisão tomada pela direção do Tottenham. Isto porque, no domingo, na ressaca da goleada sofrida, o técnico português afastou qualquer cenário de demissão.
“Não me demito, pois não sou de desistir de desafios. A única coisa que posso fazer é trabalhar duro com os jogadores e tentar voltar aos bons resultados”. “Tenho de me concentrar no trabalho, é a única coisa que posso fazer. A decisão não cabe a mim”,frisou. Horas depois, Villas-Boas via chegar ao fim a sua segunda aventura em Londres.
De acordo com a BBC, porém, e apesar do mau momento que a equipe atravessava, Villas-Boas era o treinador dos Spurs com maior porcentagem de vitórias na Premier League desde 1992, 53,7%. A infeliz sequência de resultados na Premier League foi sendo compensada na Liga Europa, prova na qual os londrinos conseguiram 100% de aproveitamento e venceram o grupo K.
O jornal britânico "The Telegraph" adianta esta terça-feira que Levy, presidente do clube londrino, começou a sondar se a equipe não poderia jogar com dois atacantes, o que foi interpretado por Villas-Boas como uma referência a Abebayor, um jogador que foi tirado pelo português por criar mau estar entre os jogadores.
O técnico ficou furioso, recordando os episódios em que Levy o traiu. Primeiro com a saída de Modric. Sem o meia croata, Villas Boas pediu a contratação de João Mourinho, o que foi um fracasso.
No verão seguinte, de novo perto do fechamento do mercado de transferências, Levy aceitou a milionária e inacreditável proposta de 115 milhões de euros do Real Madrid e vendeu Bale, contrariando o discurso do técnico e o projeto que pretendia fazer o clube subir de patamar na Premier League.
As goleadas diante de concorrentes diretos a vaga da UCL foi a gota de água nesse copo cheio, alem das péssimas apresentações em campo, o time não conseguia desenvolver um bom futebol, e nem pode reclamar de material humano. O clima não podia ficar pior.
Sherwood, membro da comissão técnica será o técnico nessa quarta para o confronto diante do West Ham pela copa da liga.
De acordo com o "Daily Mail", os preferidos de Levy são Fabio Capello (Rússia), Gus Hiddink (sem clube) e Glenn Hoddle (sem clube), com Frank de Boer (Ajax) e Murat Yakin (Basileia) como segundas opções. E correndo por fora, Michael Laudrup (Swansea).