Paramos no tempo, estamos vivendo de histórias. E de histórias antigas. O pior é que não vemos perspectivas de nos atualizarmos. Um F5 é preciso dar no futebol brasileiro.
Clubes, seleções, jogadores e principalmente técnicos, parecem viver nos anos 90. Década em que o resultado era mais importante que o espetáculo. Temos vários exemplos: A Seleção de 94, de Parreira. Apenas um talento, Romário, que trouxe a Copa do Mundo nas costas para o Brasil.
Nos dias de hoje, vemos que pouca coisa mudou. Os pensamentos de futebol dos anos 90 permanecem nas mentes de dirigentes e técnicos.
O principal problema aqui no Brasil é que não temos uma renovação nos professores. São sempre os mesmos, não há espaço para renovação. Ou melhor, não há uma grande vontade de se renovar no futebol.
É muito difícil para um grande clube investir em um novo nome para dirigir um time. Mais fácil é colocar um técnico de caixa, experiente. Isso tira qualquer tipo de responsabilidades dos dirigentes.
Por isso e por vários outros motivos, sempre temos os mesmos nomes no mercado. Não vamos longe para pegar um bom exemplo. Na Argentina, tem uma safra uma boa de técnicos da nova geração. Apesar dos dois Gigantes do país preferirem técnicos que fizeram história no passado, outros clubes resolveram inovar e dar oportunidades aos novo técnicos.
Ricardo Gareca, do Vélez é um ótimo exemplo. Faz trabalhos fantasticos no Fortin. Todos sabem que a Argentina não tem como concorrer com o mercado brasileiro, que hoje paga a mesma coisa que na Europa. Sempre revelando jogadores das categorias de base. Entra ano sai ano e o time do Vélez sempre joga da mesma maneira, isto porque a filosofia de jogo de Gareca, chegou na base do Fortín.
As vezes a gente vê que falta um pouco de experiencia, um pouco de caixa ao time, mas isso só se conquista, jogando, calejando.
Tatá Martino, fez um trabalho sensacional na Seleção Paraguaia. Levou a Seleção ao seu melhor resultado na história das Copas do Mundo. Mudou a mentalidade do futebol paraguaio. Hoje no Newell's Old Boys é um dos semi-finalistas da Copa Libertadores da América, é líder do Torneo Final do Campeonato Argentino e é o time que mais bola joga na Argentina. Já anunciou que no final da temporada, vai para Europa.
Guillermo Barros Schelotto, ex-atacante do Boca Juniors é atualmente técnico do Lanús, que seguidamente faz boas campanhas na primeira divisão do Campeonato Argentino.
Luís Zubeldia, o técnico mais jovem da primeira divisão da Argentina. Atualmente é DT do Racing, um clube revelador. É conhecido com La Academia, onde se jogava o futebol vistoso, de grande técnica.
Martín Palermo, maior artilheiro da história do Boca Juniors. Parou de jogar em 2011 e ano passado assumiu o comando do Godoy Cruz. Como ainda está começando é difícil fazer uma analise mais minuciosa sobre o trabalho de Palermo.
Gustavo Alfaro, técnico do Arsenal de Sarandí. Time de pouca torcida, pouca tradição, mas que nos últimos anos vem fazendo boas campanhas na Argentina, inclusive ganhou o Clausura de 2012.
Antonio El Turco Mohamed, técnico que estava no Tijuana neste ano. Foi campeão do Apertura Mexicano com o time do Xolos pela primeira vez na história. Participou do último lampejo de Rey de Copas do Independiente, conquistando a Copa Sul-Americana de 2010. Em um time limitadíssimo, derrotou o Goiás naquela decisão.
São vários nomes de jovem treinadores que surgem na Argentina. Aqui no Brasil são sempre os mesmos nomes. Vanderlei Luxemburgo, Luis Felipe Scolari, Mano Menezes, Joel Santana, Paulo Autuori, Antonio Lopes, Muricy Ramalho, Emerson Leão e Abel Braga. Esses são os técnicos que circulam pelos grandes clubes.
A nova geração não deslancha por conta desses nomes, por conta desses técnicos ultrapassados. Quem vivem com o curriculo do passado. A muito tempo, vários deles não dão resultado, mas sempre estão no mercado.
Técnicos da nova geração, ainda não conseguiram conquistar um grande título. Porque, muitos deles não tem continuidade em grandes clubes. Fazem ótimos trabalhos em clubes medianos, mas quando chegam nos clubes grandes, não conseguem dar resultado a curto prazo.
Aos poucos parece que o Brasil está caindo na real e tentando recuperar o tempo perdido. Ricardo Drubscky, Marquinhos Santos, Caio Jr, Jorginho, Dunga e Marcelo Oliveira. Esses são os nomes da nova geração de técnicos que está surgindo no Brasil.
Espero que eles consigam der bons resultados e principalmente, continuidade nos seus trabalhos, até pra dar uma renovada no cartel de técnicos do Brasil.
Até para que num futuro, o Brasil possa exportar também treinadores, não apenas jogadores. Mais uma vez, pegando a Argentina como exemplo, temos bons técnicos no mercado europeu. Diego Simeone, que faz um trabalho sensacional no Atlético de Madrid, Mauricio Pocchetino, que treina o Southampton. E o mais famoso deles, mas já não tão novo assim, o Marcelo Bielsa, a pai dessa nova geração Argentina.
Será que algum dia ainda veremos algum técnico brasileiro treinando algum grande clube europeu?
Fica a pergunta...